sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Saúde das Mulheres Negras


Aconteceu entre os dias 11 e 13 de novembro, em Curitiba, o VI Seminário Mulheres Negras e Saúde.
Eu estive lá. Como parte do trabalho que realizo para o Ministério da Saúde, a mim cabia acompanhar a realização do seminário e coordenar e debater em uma mesa redonda. Fiquei com a discussão sobre "Políticas Públicas e Protagonismo Negro: o direito à saúde das mulheres negras".
O seminário reuniu mulheres - e alguns homens - de todo o Brasil, com discussões importantes sobre  saúde das mulheres negras, políticas públicas, racismo e vulnerabilidade.
A luta pela inclusão da saúde integral da população negra e do combate ao racismo no Brasil, pode-se dizer que tem os seus primeiros registros na 8a Conferência Nacional de Saúde (CNS), em 1986.
Os movimentos negros estavam organizados e articulados naquela conferência, inclusive como parte integrante do movimento pela reforma sanitária. É na 8a. CNS que se institui a saúde como direito universal de cidadania e dever do Estado.
O seminário Mulheres Negras e Saúde foi organizado pela Rede de Mulheres Negras do Paraná, uma organização Não-Governamental autônoma e independente que tem como missão promover a ação política de mulheres negras paranaenses na luta contra o racismo, sexismo, opressão de classe, homofobia, lesbofobia e todas as formas de discriminação.  

As Setembrinas
O seminário aconteceu em três dias de intenso trabalho, sendo a sexta-feira reservada às oficinas sobre  Religião de Matriz Africana; de Indicadores Sociais e de Saúde numa perspectiva de raça e gênero; Jovens Negras e Vulnerabilidade; Mulheres Negras e Mídia; Racismo e Lesbofobia: uma questão de saúde; Mulheres Negras e Aids. 
Como a maioria das pessoas presentes, eu gostaria de ter participado de todas as oficinas, mas por ser impossível optei por saber um pouco mais sobre religiões de matriz africana, com José Marmo da Silva, da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde e Rondinele dos Santos (ASPAJA/PI).  À tarde, fui assistir à minha querida amiga, a feminista negra jornalista Vera Daisy Barcellos e Isabel Clavelin, da ONU Mulheres Brasil e Cone Sul que coordenaram a oficina sobre mulher negra e mídia.



Isabel Clavellin, eu e a Vera Daisy





Lucia Xavier (Creola/RJ)












Isadora (pequena quilombola)

Na sexta-feira, quando os grupos terminaram os trabalhos, as pessoas seguiram para a abertura da IIIa. Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres. Foi bacana de ver a banda As Setembrinas, de mulheres negras do Paraná, que nos presenteou com um belo repertório afro. 
Só tinha fera, palestrantes das mais qualificadas neste VI Seminário Mulheres Negras e Saúde, como Lúcia Xavier da Articulação de Mulheres Negras do Brasil e da ONG Creola/RJ, Rosa Lourdes representando a Rede Feminista de Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos, Denise Botelho professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Ana Ramalho do INCA, Maria Luisa Pereira de Oliveira da Organização Maria Mulher/RS, Edna Araújo da Universidade Estadual da Bahia entre outras.



O evento contou com o apoio da UFPA, da Rede Saúde, do Ministério da Saúde, da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Governo Federal, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, entre outros, o que mostra a articulação da Rede de Mulheres Negras/PR que investiu pesado na intersetorialidade, envolvendo vários segmentos importantes para a execução de políticas públicas.
Foi um momento de muita reflexão e aprendizado. E a certeza de que o racismo precisa ser enfrentado todos os dias e por tod@s nós. Sem trégua. 
Por fim, deixo um vídeo da campanha "Onde você Guarda seu Racismo", que segue completamente atual.

2 comentários:

  1. Parabens pelo Blog
    visitem o www.mariapreta.org
    Abs,
    Concita

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  2. Achei lindas as imagens de barro coloridas sobre a belíssima toalha de mesa com motivos afros. Também gostei das imagens de santos católicos com pele negra. E chega de racismo, né não?
    Beijos!

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