sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A Impunidade é Cúmplice da Violência




O 25 de Novembro é o Dia Latino-americano pelo fim da violência contra as Mulheres. Essa data simboliza a luta das mulheres pelo fim da violência na América Latina e Caribe
Foto: Google
É uma homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Antônia Maria Tereza que foram assassinadas depois de  presas e torturadas várias vezes pelo ditador  General Trujillo. As irmãs Mirabal lutavam pela libertação da República Dominicana, pela democracia e integravam o movimento Las Mariposas.
A data surgiu no I Encontro Feminista Latino-americano e do Caribe em 1981 ocasião em que as feministas escolheram o 25 de novembro - data em que as irmãs Mirabal foram assassinadas - para marcar a luta das mulheres pelo fim da violência.

Segunda Onda do Feminismo no Brasil.
O enfrentamento à violência contra as mulheres no Brasil tem as suas primeiras manifestações nos anos setenta, como uma das principais bandeiras de luta da Segunda Onda do feminismo no país. Sob a insígnia "Nosso Corpo nos pertence", "Quem Ama Não Mata" e "O privado é político" as feministas reivindicavam o direito ao corpo, ao prazer e lutavam contra o patriarcado e o machismo.

A partir dos anos setenta, os movimentos feministas se articulam internacionalmente e, por pressão a Organização das Nações Unidas (ONU) na I Conferência Mundial da Mulher no México institui o Ano Internacional da Mulher e a Década da Mulher de 1975 a 1985.
No Brasil esse período coincide com o fim do regime militar e com a abertura política. A luta das mulheres ainda hoje se reflete em muitas das conquistas  políticas, sociais e econômicas no mundo inteiro.
No campo da saúde, as mulheres organizaram um amplo movimento contra a medicalização do corpo, a esterilização em massa e a luta pela legalização do aborto.
Angela Diniz
Também é com o feminismo e como resultado da luta feminista que surgem os primeiros equipamentos públicos de enfrentamento à violência contra a mulher: as delegacias especializadas de atendimento às mulheres (DEAMS), as casas-abrigo e os centros de referências, ainda nos anos oitenta que reconhecem as mulheres como vítimas da violência.
Também no início da década de oitenta, é exibida a minissérie Quem Ama Não Mata, da Rede Globo, que retratava o cotidiano de cinco casais, com seus dilemas sobre o amor, casamento e fidelidade. O título Quem Ama Não Mata era na época uma bandeira de luta das feministas em oposição a onda de assassinatos de mulheres que ocorria em vários lugares do Brasil, entre eles o de Ângela Diniz, no Rio de Janeiro.  



Conquistas.
Dos anos setenta aos dias atuais, muita coisa mudou no Brasil e no mundo em relação à violência contra as mulheres. Políticas públicas, mecanismos de proteção, convenções internacionais, Lei Maria da Penha.
Ex-médico Abdelmassih
FORAGIDO
Ainda assim, as mulheres continuam sofrendo todo tipo de violência e sendo mortas pelas mãos de ferro do machismo que segue legitimado pela sociedade. Já existe lei de enfrentamento à violência contra as mulheres no Brasil, mas a impunidade ainda persiste.
Para lembrar isso, deixo dois casos exemplares de impunidade: o assassino foragido de Maristela Just e o ex-médico Abdelmassih que violentou e abusou sexualmente de várias mulheres e segue foragido. As mulheres do Brasil exigem que faça justiça.
  
Leia Mais:
Breve história das Irmãs Mirabal
Roger Abdelmassih
Caso Maristela Just
Marcadas a Ferro

2 comentários:

  1. Legal saber da história desta luta que ainda é uma luta e ganha, mas também perde, como a questão da propaganda com Gisele Bunchen (sei lá se assim que se escreve o nome dela) ou do programa Zorra Total.
    Acredito que questões como estas citadas acima são ainda mais opressoras, pois estão na entrelinhas do machismo cotidiano que sofremos todos os dias e devem ser apontadas e ensinadas incansavelmente por nós, feministas, seja lá qual sua vertente.
    Ademais, me dói mais ainda quando vejo mulheres que reproduzem a exploração e a opressão.
    Mas não vamos desistir, até porque não é uma opção.
    Abraços e parabéns.
    também mantenho um blog; na-beirada.blogspot.com, mais relacionado as questões ambientais, passa lá.

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  2. Oi, Juliana. O enfrentamento à violência contra as mulheres segue sendo uma das bandeiras mais fortes do movimento feminista. Esse tipo de violência é a expressão do machismo na sociedade, um símbolo muito forte da interdição, da violação de direitos. Como eu disse no post, avançamos, mas ainda há muito por fazer. Obrigada pela visita. Vou lá conhecer seu blog. Um beijo.

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