terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sobre a barbárie em Queimadas/PB: Seis réus foram condenados pelo estupro coletivo.


Boa parte de vocês devem ter acompanhado o terrível caso de estupro coletivo que aconteceu em Queimadas na Paraíba, em fevereiro deste ano. Finalmente temos uma boa notícia. É que foram condenados seis dos homens envolvidos no horrendo crime. Conforme o jornal Correio Brasiliense, "a sentença do crime tem 107 páginas e condena os réus por estupro, formação de quadrilha e cárcere privado. Ainda há outras três pessoas envolvidas na barbárie: o mentor Eduardo dos Santos - que ainda será julgado pelos mesmos crimes e ainda dois homicídios - e dois menores, que já foram julgados".

Relembrando. Durante uma festa de aniversário, os irmãos Eduardo e Luciano dos Santos combinaram o crime com mais nove comparsas. Eles atraíram as vítimas para a festa e, em determinado momento, simularam um assalto à casa e cometeram os estupros. De acordo com a sentença, "os mentores ainda tiveram o cuidado de pedir aos outros que não tocassem em suas mulheres que também estavam na festa".

Cerca de 10 homens - dentre eles três adolescentes, participaram dos crimes. Além dos seis condenados, os adolescentes cumprem medida socioeducativa no Lar do Garoto, em Campina Grande. Todos respondem por estupro, formação de quadrilha e cárcere privado. Além deles, também figura como réu Eduardo dos Santos Pereira. Além de todos esses crimes, ele ainda responde por porte ilegal de armas e assassinato. O julgamento dele será feito por um júri popular. A data ainda não foi definida.

Vítimas são a recepcionista Michele e a professora Isabela (Foto: Reprodução/TV Paraíba)
A recepcionista Michele e a professora Isabela foram
assassinadas após reconhecerem seus agressores
(Foto: Reprodução/TV Paraíba)
Segundo a matéria do Correio, "Luciano dos Santos foi condenado a 44 anos de prisão por estupro de cinco mulheres. Fernando e França Silva Júnior, vulgo 'Papadinha', e Jacó Sousa estupraram três vítimas e foram sentenciados a 30 anos. José Jardel foi condenado a 27 anos por estupro de uma mulher e colaboração nos demais. Luan Barbosa recebeu sentença de 27 anos e oito meses de prisão por participar do estupro de quatro vítimas. Diego Rêgo Domingues também participou dos estupros e foi condenado a 26 anos e seis meses. A diferença de penas deve-se à participação individual de cada um nos estupros e também aos antecedentes criminais".

Ainda no Correio, "de acordo com o Tribunal de Justiça da Paraíba, Eduardo dos Santos, considerado o mentor do crime, será julgado em júri popular em data ainda não definida. Além dos estupros, ele é condenado pelo assassinato de duas mulheres que o reconheceram durante os estupros. Segundo a sentença, a vítima identificada como Izabella percebeu que o agressor se tratava de Eduardo e chegou a implorar pela vida. Em seguida, outra mulher, Michelle, também reconheceu o estuprador. As duas foram amarradas e levadas em um carro. Durante o percurso, Michelle pulou do veículo em movimento, mas Eduardo parou o carro e atirou contra ela. De acordo com a sentença, Izabella também foi assassinada a tiros dentro do carro".

Leia mais:


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Pimenta Neves em liberdade?

Sandra Gomide (Imagem: Google0
Chama a atenção a notícia que saiu na coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo de hoje (02/10/12): 

"Preso há 16 meses em Tremembé (147 km de SP), o jornalista Pimenta Neves entrará com pedido de progressão de regime em maio do próximo ano. Terá cumprido 1/6 da pena de 15 anos pelo assassinato da ex-namorada Sandra Gomide. 'É quando, em tese, terá direito a passar para o regime semiaberto, podendo sair da prisão durante o dia para trabalhar', diz a advogada Maria José da Costa Ferreira.

No cálculo da advogada de Pimenta entram os 23 meses passados em regime fechado no presídio, somados a outros sete, quando ele esteve preso antes do julgamento, mais a remissão dos dias trabalhados na prisão. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, o jornalista está escalado desde 4 de abril para 'desenvolver atividades laborterápicas no setor de limpeza'. Cada três dias de trabalho geram um a menos na prisão. Pimenta Neves pretende escrever uma autobiografia".


A jornalista Sandra Gomide conheceu Pimenta Neves em 1997, quando ele foi contratado para dirigir o jornal Gazeta Mercantil, onde ela já trabalhava como repórter. Tiveram um namoro que durou três anos. Nesse meio tempo, Pimenta Neves foi trabalhar no jornal O Estado de São Paulo e levou a jornalista para trabalhar com ele. 

Com o fim do namoro, em 2000 ele a demite do jornal. Pimenta Neves por diversas vezes demonstrou um comportamento violento e, armado, chegou a invadir o apartamento em que Sandra morava. No dia 20 de agosto, ele a matou com um tiro na cabeça e outro nas costas, no Haras Setti em Ibiúna, interior de São Paulo.

Já falamos outra vez aqui no blog sobre esse brutal assassinato e a impunidade que marca o caso. Em março de 2001 o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, concede habeas corpus revogando a prisão preventiva do jornalista confesso de Sandra Gomide. Somente em 2006, depois do STF negar o adiamento do julgamento é que Pimenta Neves é condenado a 19 anos pelo homicídio duplamente qualificado de sua ex-namorada Sandra Gomide. Mesmo assim, o juiz não decreta a prisão do jornalista porque de acordo com o entendimento anterior do Supremo Tribunal Federal, ele tem o direito de recorrer da sentença em liberdade. 

Adicionar legenda
Onze anos depois de ter assassinado a tiros a jornalista Sandra Gomide, em maio de 2011 finalmente Pimenta Neves foi preso por decisão do Supremo Tribunal Federal, como você pode ler AQUI, em matéria do jornal O Globo.

"A polícia cercou a casa do jornalista no bairro do Alto da Boa Vista, zona sul de São Paulo, onde ele se encontrava e, já sabendo da decisão judicial, negociou se entregar aos policiais, que ameaçavam invadir a residência para prendê-lo ao amanhecer (a polícia não poderia prendê-lo entre 18h e 6h da manhã, conforme a legislação)". 

Assista o vídeo:




Agora essa notinha na coluna de Mônica Bérgamo traz de volta a impunidade do caso. Vamos acompanhar.