domingo, 16 de setembro de 2012

Vale garota de programa: o machismo da Ambev ultrapassa a linha de publicidade



Imagem: Google

A Companhia de Bebidas das Américas - Ambev, domina boa parte do mercado de bebidas no Brasil e também lidera em relação às denúncias trabalhistas, com acusações de humilhações, maus-tratos, agressões verbais e todo tipo de opressões no ambiente de trabalho, como você pode verificar AQUI e AQUI.
Além dos agravos praticados contra trabalhadores e trabalhadoras, a Ambev tem outras tantas denúncias de abuso de poder, como você pode constatar aqui.
Agora a Ambev volta outra vez a ser notícia, com novas denúncias de assédio moral. Segundo matéria publicada no site noticias.uol.com.br, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve a condenação para a Ambev por danos morais a um funcionário que foi submetido a comparecer a reuniões nas quais estavam presentes garotas de programa, sendo também obrigado a assistir filmes pornôs.

Com o título "Me sentia um lixo, diz vendedor que era obrigado pela Ambev a participar de eventos com prostitutas", o site traz uma entrevista do microempresário Elcio Milczwski, de Curitiba, sobre os anos em que trabalhou na Ambev e foi submetido a constrangimentos como ter que presenciar garotas de programa tirarem a roupa em sua frente, passar óleo bronzeador no corpo delas e a assistir filmes pornográficos em reuniões, segundo ele de "motivação" da equipe de vendas da qual fazia parte.

Quando entrou na Ambev em 2001, Elcio tinha 23 anos e seu trabalho era percorrer mercados, bares, restaurantes e outros pontos de vendas, para coletar pedidos de compras, sempre com um computador de mão. Segundo ele conta na entrevista, a partir de 2003 as reuniões  matinais promovidas pela empresa com a equipe de vendas se tornaram "pouco ortodoxas". As garotas de programas eram utilizadas como forma de incentivo para o aumento de vendas e os empregados que batiam as metas recebiam um "vale garota de programa". O autor da ação diz que chegou a ser amarrado e que era obrigado a assistir filmes pornôs e chegou a ter uma stripper levada à sua sala.
Agora, a Ambev deverá pagar a indenização de R$ 50 mil por conta de "assédio moral decorrente de constrangimento, ainda segundo a matéria.

Como se pode ver, o machismo da Ambev ultrapassa a linha de publicidade das cervejas. É parte de um tratamento desrespeitoso à classe trabalhadora, às pessoas e aos consumidores em geral.



Imagem feita de telefone celular por um dos participantes foi anexada aos autos do processo
Imagem feita de telefone celular por um dos participantes foi anexada aos autos do processo



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