terça-feira, 2 de agosto de 2011

Dia do orgulho heterossexual é a legitimidade da homofobia.

Comercial da Duloren (terramagazien.com.br (Reprodução)
As notícias não são boas. Primeiro veio a polêmica sobre a campanha da Duloren que resolveu convidar  o deputado homofóbico deputado Jair Bolsonaro (PP/RJ) para participar de um comercial de peças íntimas ao lado da transexual Ariadna integrante da última edição do Big Brother Brasil. 
Segundo O Globo o deputado declinou do convite mas recuou quando a fábrica de lingerie resolveu trocar a modelo por uma  mulher e divulgou que doaria o cachê para uma instituição de caridade. Ele queria aparecer. A Duloren queria polemizar e vender. O movimento LGBT (e as feministas) por meio das redes sociais articularam um boicote à Duloren. 
"A notícia de que a Duloren convidou o polêmico deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) para ser garoto-propaganda movimentou a web e detonou a revolta de alguns internautas, que ameaçaram boicotar a marca. Hashtags chegaram a ser criadas no Twitter em sinal de protesto". (Ana Claudia Barros). O boicote parece que surtiu efeito. O presidente da Duloren, Roni Argalji em entrevista afirmou que "Quem ataca Bolsonaro na Duloren tem cabeça de ameba"
"Isso é iniciativa de gente que não tem opinião. Só porque eu, Roni, sou a favor ou sou contra ou não tenho opinião a favor ou contra vão me boicotar? Isso é coisa de gente com QI de ameba, gente burra, gente ignorante que não tem o que fazer. Uma pessoa, que tem sua opinião e sabe que o outro tem direito a seu pensamento, não vai entrar numa idiotice, numa infantilidade dessa".

No meio da polêmica, quando nem bem o movimento LGBT se recuperava dessa, aí vem o Orgulho Hetero. A Câmara de São Paulo aprovou nesta 3a.feira 02 de agosto de 2011, o projeto de lei 294/2005 do vereador Carlos Apolinário (DEM) que institui o Dia do Orgulho Heterossexual. Ainda espera a sanção do prefeito Gilberto Kassab para virar lei. Se aprovado, a data será comemorada todo terceiro domingo do mês de dezembro e o texto diz que caberá à prefeitura de São Paulo "conscientizar e estimular a população a resguardar a moral e os bons costumes".

 Foto: Google
O Brasil é um dos países que mais mata homossexuais. Todos os dias, basta um olhar rápido pelos principais jornais para ver a notícia de algum caso de homofobia no país. Segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB) "o Brasil é campeão mundial de crimes contra LGBT: um assassinato a cada dois dias, aproximadamente 200 crimes por ano, seguido do México com 35 homicídios e os Estados Unidos com 25". E certamente há uma subnotificação de dados. As pesquisas são baseadas em notícias da mídia, já que não existem informações oficiais sobre esse tipo de crime no Brasil. 
Segundo O Globo, "De acordo com pesquisas realizadas nas paradas gays de Rio, São Paulo, Recife. Porto Alegre e Belém, entre 2003 e 2008, pelo Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos, o número de homossexuais agredidos e/ou discriminados nessas regiões não é inferior a 59,9%. Em Pernambuco, 79,8% disseram ter sido agredidos. E, em São Paulo, 72,1% foram vítimas de discrminação".
Andar de mãos dadas, demonstrar carinho e intimidade são motivos para que casais homossexuais sejam agredidos, humilhados e até assassinados.
Por isso, eu digo: esse Dia do Orgulho Heterossexual é a legitimidade da homofobia.

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7 comentários:

  1. No mundo, morrem 105mil cristãos vítimas de perseguição religiosa todo ano. Morrem assassinadas 50 mil pessoas no Brasil todos os anos. Desses 50mil morrem 200 homossexuais? Hummmm... 200 mortes...

    De onde esses dados? Tem certeza que são vítimas de homofobia? Tempos atrás noticiou-se que um travesti foi assassinado depois de um programa. Noticiou-se como crime de homofobia. Mas o cara que sai com um traveco é o quê? Um homossexual, não?

    Morrem 200 gays no Brasil por ano simplesmente porque o Brasil é um país violento. Homofóbico, jamais. Homofóbicos são países islâmicos, como o Irã, ou comunistas, como Cuba. Nesses lugares os gays são realmente oprimidos.

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  2. Eu acho que temos que mostrar UGANDA para certas pessoas. País CRISTÃO e que persegue HOMOSSEXUAIS!

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  3. Tudo muito bom, mas eu mudaria o trecho que fala que o Bolsonaro topou fazer a propaganda quando a sua acompanhante será uma MULHER.
    As mulheres transexuais tb são mulheres. Acho que acabou saindo pela culatra.

    Fica a dica

    Abraço e ate já

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  4. É isso mesmo, Souminha! As mulheres transexuais são mulheres. Valeu!

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  5. Esse texto do Drauzio Varela é muito bom. Recomendo. http://drauziovarella.com.br/sexualidade/violencia-contra-homossexuais/

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  6. Anna, Uganda é o ÚNICO país do mundo que conseguiu controlar e diminuir o número de casos de AIDS. Apenas pregando a abstinência sexual. Quantos homossexuais morrem vítimas de perseguição em Uganda, hein? Enquanto isso, na primeira década do século XX, 1 milhão de cristãos morreram no mundo vítimas de perseguição religiosa.

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