Simone de Beauvoir (Imagem:Google) |
Simone de Beauvoir nasceu em Paris, no dia 9 de janeiro de 1908.
"Nasci, às quatro horas da manhã, a 9 de janeiro de 1908, num quarto de móveis laqueados de branco e que dava para o Bulevar Raspail. Nas fotografias de família, tiradas no verão seguinte, vêem-se senhoras de vestidos compridos e chapéus empenados de plumas de avestruz, senhores de palhetas de panamás sorrindo para o bebê: são meus pais, meu avô, meus tios, minhas tias, e sou eu. Meu pai tinha trinta anos, minha mãe vinte e um, e eu era a primeira filha".
Com esse trecho Simone de Beauvoir começa o livro "Memórias de uma moça bem-comportada (ed. Nova Fronteira, 1983), um auto-retrato denso e realista.
Simone era também uma memorialista contundente, verdadeira, que não poupava nem
a si mesma. O livro faz uma crítica aos valores da burguesia e é também um importante registro do movimento existencialista francês.
Eu gosto de tudo em Simone. Sua vida. Seu casamento aberto com Sartre. Suas histórias de paixões intensas por mulheres e homens. Seus triângulos amorosos. Viveu um longo caso de amor que se estendeu por quase vinte anos com Nelson Algren. O livro Cartas a Nelson Algren: um amor transatlântico, 1947-1964 (Rio de Janeiro, Nova Fronteira), descreve a intensidade desse romance, um amor que a tocou profundamente. Escandalizou na Universidade de Sorbonne em que dava aulas porque vivia em concubinato há anos com Sartre, porque dava aulas sobre escritores homossexuais - como Proust e Gide e também por ser bissexual. Tudo isso devia enlouquecer o reitor daquela universidade. Mas o que eu mais gosto em Simone de Beauvoir é a revolução que ela provocou quando escreveu o livro O Segundo Sexo, em 1949. Publicado em dois volumes, O Segundo Sexo fala sobre a condição feminina, a sexualidade, o corpo da mulher, questiona Freud e é considerado um marco do feminismo. "... não acredito que existam qualidades, modos de vida especificamente femininos: seria admitir a existência de uma natureza feminina, quer dizer, aderir a um mito inventado pelos homens para prender as mulheres na sua condição de oprimidas. Não se trata para a mulher de se afirmar como mulher, mas de tornarem-se seres humanos na sua integridade". Simone de Beauvoir morreu em 1986, mas deixou um legado tão rico, grandioso e importante pro feminismo que é uma pena que nem todas as mulheres saibam que um dia ela existiu. Parabéns, Simone. Sempre!
As fotos do post são todas do google imagens.
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Adorei o blog!á está em meus favoritos...e...obrigada pelo compartilhamento!!Adriana Cavalcante
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