domingo, 18 de setembro de 2011

Em marcha contra a homofobia.

Ativistas gays vão às ruas de Nova York em 1971; movimento conseguiu vários avanços nos direitos civis, como o casamento gay em vários países (Foto: R7  06/06/2010)
A primeira Parada LGBT aconteceu em Nova York nos Estados Unidos, como já falamos AQUI. A violência policial praticada contra gays e lésbicas que frequentavam o bar Stonewall levou dois mil manifestantes às ruas e é considerada a primeira manifestação organizada contra a homofobia. Isso aconteceu em 28 de junho de 1969 e a data se tornou o dia oficial do orgulho gay. Desde então, em muitos países comemora-se com festas e caminhadas o dia da diversidade sexual. O Brasil tem a maior festa do orgulho gay desde 2007, reunindo mais de três milhões de pessoas na Parada Gay de São Paulo.

Nesse domingo, 18 de setembro, aconteceu a Parada LGBT de Brasília. A concentração começou no eixão, nas imediações da  SQS 112, desde as 14h. Cheguei lá por volta das 15h com a minha câmara na mão e uma garrafinha de água mineral para aguentar o sol forte, a secura e o calor de Brasília que não inibiram a alegria do evento.  



Logo na chegada dava pra ver que havia muito mais homens que mulheres, o que não é novidade nas Paradas da Diversidade desse país. Não fiquei "parada". Circulei por toda a concentração. Queria fazer fotos, encontrar as pessoas e observar a organização do evento. Senti falta de entidades dos movimentos feministas de Brasília. Encontrei apenas a Coturno de Vênus. Fiquei pensando como faria a diferença se grupos feministas estivessem na organização da atividade, como em outros momentos, aqui mesmo em Brasília. Tive a oportunidade de participar da Parada de 2007, por exemplo e vi muito mais mulheres do que hoje. Feministas, lésbicas organizadas, bissexuais e simpatizantes da causa.


A Parada da Diversidade de Brasília tinha seis trios elétricos e, segundo me disse o comandante da Polícia Militar, ali estavam cerca de cinco mil pessoas.
Lembrei de outras tantas Paradas LGBT que tenho participado por esse Brasil afora.
Sou feminista ativista em defesa dos direitos das mulheres, dos direitos humanos e pela diversidade sexual. Luto pelo respeito à diversidade sexual e pelos direitos LGBT. Isso inclui participar de atos públicos, passeatas e Paradas da Diversidade como forma de fortalecer o movimento LGBT e demonstrar publicamente o meu compromisso. Por isso, vou dizer com bastante cuidado para não ser mal interpretada. Senti falta de palavras de ordem sendo ditas nos microfones pela organização do evento. Senti falta de manifestações políticas que falassem sobre a homofobia no Brasil, sobre os avanços e retrocessos em relação aos direitos LGBT. Senti falta de denúncias. Senti falta de parlamentares. Vi material de Rejane Pitanga, deputada distrital pelo PT sendo distribuído e ouvi Erika Kokay, deputada federal pelo PT/DF, fazendo uma fala sobre o direito à diversidade e pela defesa do PLC 122. Mas, vai ver que eu esperava uma coisa e a organização do evento pensou em outra coisa. Vai ver foi isso. Mais festa que ato público.
Quem sabe, no próximo ano, tenhamos a Lei contra a homofobia aprovada e muitos mais motivos para comemorar. Viva a diversidade sexual!


                
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Fotos: Suely Oliveira

2 comentários:

  1. Oi Suely, faço minha suas palavras. Também achei falta de um evento mais politizado, pouca participação dos movimentos sociais e, pouca chamada para a manifestação. Tentei me informar sobre como foi divulgada e basicamente foi via facebook...
    Masi um detalhe: não encontre uma lixeira pelo trajeto, o que faz com que, ao final de tudo, tenhamos montes de lixo espalhados pelo eixão. Ou seja, cidadania também passa por isso.
    De qualquer forma valeu!!! Saímos à rua, nos manifestamos num momento político importante em que o debate está colocado. Esperemos que ano que vem possamos ter muito mais gente nas ruas de Brasília.
    Abs

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  2. Suely, concordo contigo, a gente tem mais é que apoiar a diversidade sexual.

    Quanto a pouca participação e palavras de ordem, confesso que temo que essa onda de marchas católicas e a grande presença de deputados evangélicos tenha inibido ou venha a inibir essas manifestações. Espero estar errada.

    Beijos

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