Mostrando postagens com marcador Flor do Deserto. Mutilação Genital Feminina. Waris Dirie. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Flor do Deserto. Mutilação Genital Feminina. Waris Dirie. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Flor do Deserto

A Mutilação Genital Feminina é uma prática tradicional na África Sub-Saariana e no Médio Oriente e inclui a ablação completa ou parcial do clitóris o que leva muitas vezes à morte. O sofrimento das meninas é impressionante. Dor. Hemorragias prolongadas. Infecções. Tudo é feito sem anestesia e nenhum tipo de higiene. Lâminas, facas, tesouras. Qualquer um desses objetos cortantes pode ser usado para extirpar o clitóris, órgão cuja única função é dar prazer às mulheres. A prática varia de acordo com a cultura e os costumes, mas em geral consiste na mutilação do clitóris e dos lábios vaginais.
Na tradição de Mali o céu fecundou a terra antes de sua excisão dando origem ao chacal semeador da desordem no mundo. Assim, a criança nascida de uma mulher não excisa vem anunciar a desordem e o azar. http://www.adur-rj.org.br/5com/pop-up/mutilacao_feminina.htm

Essa é apenas uma das justificativas. Há quem acredite que os órgãos sexuais femininos são impuros. Outra lenda reza que melhora a fertilidade ou que desencoraja a promiscuidade.
O fato é que a Mutilação Genital Feminina ainda é uma triste realidade em muitos países da África e do Oriente Médio. Com a imigração a MGF também tem acontecido alguns países da Ásia, da Europa da América do Norte e da América Latina. Segundo a Organização Mundial de Saúde cerca de 3 milhões de meninas são mutiladas a cada ano.  http://youtu.be/kBK8ljZ5G-E


Flor do Deserto.
A ex-modelo somali  Waris Dirie deixou o mundo estarrecido entre 1996 e 1997 ao falar abertamente durante uma entrevista sobre o seu drama pessoal que é também a história de sofrimento de 135 milhões de meninas e mulheres. 
Foto: http://sul21.com.br/jornal/2011/04/waris-darie-uma-guerreira-contra-a-mutilacao-genital-feminina/
Ela tinha cinco anos quando foi mutilada. Teve o clitóris cortado e também os pequenos lábios. Aos 12 anos foi vendida pelo pai para se casar com um homem de 60 anos. Waris resolveu fugir e ficou por dias viajando pelo deserto até chegar à Mogadício, capital da Somália.
Conseguiu chegar à Londres e durante um tempo trabalhou como doméstica. Depois trabalhou limpando o chão de uma loja da McDonald. Casou-se por conveniência para obter o visto inglês e não ser deportada.

http://www.desertflowerfoundation.org/

Aos 28 anos, já como modelo e durante uma entrevista à revista Marie Claire, ela contou a sua história. Waris se tornou embaixadora da ONU na luta contra a Mutilação Genital Feminina. Em 2002 Waris criou a Fundação Flor do Deserto, que realiza pesquisas, promove campanhas e ajuda mulheres que sofrem do mesmo drama. Essa história é contada no belíssimo filme Flor do Deserto, de Sherry Horman (2009). 
O trailer dá uma ideia da força que o filme tem.
Igualmente forte o trecho da fala de Waris Dirie, vivida por Liya Kebede. http://youtu.be/qIKdQpR7a9Q


Guiné-Bissau proíbe Mutilação Genital Feminina.
Essa foi a boa notícia que li essa semana. O parlamento de Guiné-Biassiu decidiu legislar sobre a proibição da Mutilação Genital Feminina no país cuja prática atinge 45% da população.
Que a nova lei sirva de exemplo para outros países, incentivando o fim dessa prática e abrindo um outro  horizonte na vidas das meninas e mulheres ameaçadas pela Mutilação Genital feminina.