Reproduzimos release sobre o Bloco do Laço Branco, que desfila em seu 11° aniversário consecutivo.
No jogo da violência, não há vencedores!
Bloco
de carnaval abre as atividades da Campanha do Laço Branco em 2014. O desfile
será na quinta-feira, dia 27 de fevereiro, a partir as 16 horas, concentração
na Praça do Arsenal.
“No
jogo da violência, não há vencedores!”. Este é o lema da Campanha Brasileira do
Laço Branco em 2014. No ano da Copa no Brasil, o Núcleo de Pesquisas em Gênero e
Masculinidades (Gema) da UFPE, a ONG Instituto PAPAI e o Núcleo Pernambuco da
Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO-PE) vão às ruas para
alertar a população masculina sobre a importância do envolvimento masculino em
ações pelo fim da violência contra as mulheres.
“Violência
contra as mulheres é um problema de todos e todas, portanto o enfrentamento desta
questão deve envolver tanto mulheres como homens, em ações que possam dar
visibilidade ao problema e para pensar medidas preventivas e coersitivas. Além
disso, é necessário reconhecer que se existem muitos homens que cometem
violência, há um número muito maior daqueles que rejeitam qualquer forma de
violência e discriminação contra as mulheres”, disse Benedito Medrado,
professor da UFPE e um dos fundadores da Campanha no Brasil.
A
primeira ação de visibilidade pública da Campanha é o já tradicional “Bloco do
Laço Branco”, que desfila desde 2004 pelas ruas de Recife e Olinda, mostrando
que diversão e lazer também combinam com cidadania. O Bloco do Laço Branco está
em sua décima primeira edição, sendo pioneiro em utilizar o período
carnavalesco para falar de violência contra a mulher aos foliões do sexo
masculino, incentivando a abraçar a causa não só no Carnaval, mas durante o ano
inteiro.
“O
bloco Laço Branco vai levar a todos/as a tradição da cultura pernambucana, como
forma de resistência simbólica a toda forma de violência contra as mulheres. A
copa também pode ser um momento de celebração cívica e de reflexão sobre nossos
problemas”, declarou Sirley Vieira, um dos coordenadores do Instituto PAPAI.
Durante
o trajeto, ao som de uma orquestra de frevo, serão distribuídos 10 mil fitinhas
da campanha, leques, adesivos e materiais informativos sobre a Lei Maria da
Penha.
“Reconhecemos
com pesar que a violência contra as mulheres é um problema persistente em nosso
Estado, portanto entendemos que é dever da Psicologia Social trabalhar no
enfrentamento e sensibilização sobre o tema. Toda ação é política e todo dia é
dia de combater as diversas formas de opressão de gênero”, disse Fernanda
Ximenes, coordenadora da ABRAPSO-PE.
Esta
é a primeira, mas não a única ação. Ao longo do ano, será desenvolvido um Plano
de Ação que envolve ainda ações comunitárias, ações em escolas, empresas com
contingente expressivo de homens, cursos de formação para profissionais que
atuam na rede de enfrentamento à violência contra a mulher, pesquisas e
diversas ações de comunicação.
A
Doutora em Gênero, Telma Low, representante do Gema/UFPE na campanha, disse que
“Nosso grupo vem pautando continuamente a importância da prevenção e combate à
violência contra as mulheres dentro do espaço da Universidade, como uma questão
teórica e política. Assim, através da formação, pesquisa e extensão
problematiza a temática e contribui para que estudantes de graduação e
pós-graduação, homens e mulheres, se impliquem nessa causa”. Esta ação também
integra o Plano de atividades do projeto Diálogos para o desenvolvimento Social
em Suape.
Números
§ Têm-se
verificado uma evolução significativa no número de registros da Central de
Atendimento à Mulher (Ligue 180), na comparação com o ano de 2011. De 1º de
janeiro a 31 de dezembro de 2012, foram 732.468 atendimentos pelo Ligue 180, o
que representa uma média de 2.000 registros por dia. A média mensal foi de,
aproximadamente, 61 mil atendimentos. Em comparação com 2011, verifica-se um
aumento de quase 11% no total de registros. Fonte: Central de Atendimento à
Mulher - Ligue 180/Dados Consolidados - 2012 – Presidência da República. www.compromissoeatitude.org.br/wp-content/uploads/2012/08/SPM_RELATORIOLigue180NacionalAnual2012.pdf
§ Pesquisa
domiciliar com aplicação presencial, realizada em maio de 2013 pelo Instituto
Patrícia Galvão entrevistou 1.501 pessoas, em 100 municípios nas 5 regiões do
país, escolhidos através de sorteio amostral. Os resultados evidenciam que:
- Entre
os entrevistados, de ambos os sexos e todas as classes sociais, 54%
afirmaram conhecer uma mulher que já foi agredida por um parceiro e 56%
conhecem um homem que já agrediu uma parceira.
- 98%
dos entrevistados afirmaram conhecer a Lei Maria da Penha.
- 7
em cada 10 entrevistados consideram que as brasileiras sofrem mais
violência dentro de casa do que em espaços públicos.
- 69%
dos entrevistados acreditam que violência contra a mulher não ocorre
apenas em famílias pobres.
- Cerca
de 50% dos entrevistados, consideram que a forma como a Justiça pune não
reduz a violência contra a mulher.
- Para
86% da população as mulheres passaram a denunciar mais os casos de
violência doméstica após a Lei Maria da Penha.
- Os
serviços de saúde e de justiça em apoio a mulheres vítimas de violência
ainda são pouco conhecidos, apenas 40% disseram conhecer um número de
apoio a mulheres vítimas de violência, sendo que 20% mencionam o 180.
Fonte:
Percepção da sociedade sobre violência e assassinatos de mulheres – Instituto
Patrícia Galvão e Data Popular - www.spm.gov.br/publicacoes-teste/publicacoes/2013/livro_pesquisa_violencia.pdf
§ Dados
publicados em 2013 pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), informam
que aproximadamente 40% de todos os homicídios de mulheres no mundo são
cometidos por um parceiro íntimo. Em contraste, essa proporção é próxima a 6%
entre os homens assassinados por sua parceira. No período de 2001 a 2011, estima-se que
ocorreram mais de 50 mil feminicídios no Brasil, o que equivale a,
aproximadamente, 5.000 mortes por ano. No Brasil, 61% dos óbitos foram de
mulheres negras (61%). No Nordeste, a taxa de feminicídios foi de 6,9 por 100
mil mulheres, entre os anos de 2009 e 2011. Pernambuco aparece entre os cinco
Estados brasileiros com maior numero de homicídios de mulheres no país, com Taxas
de feminicídios de 7,1 por 100 mil mulheres. Fonte: Violência contra a mulher:
feminicídios no Brasil - Leila Posenato Garcia, Lúcia Rolim Santana de Freitas,
Gabriela Drummond Marques da Silva, Doroteia Aparecida Höfelmann (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA. www.defensoria.sp.gov.br/dpesp/Repositorio/23/Documentos/130925_sum_estudo_feminicidio_leilagarcia.pdf.
A Campanha
A Campanha Brasileira do
Laço Branco tem o objetivo geral de sensibilizar, envolver e mobilizar os
homens no engajamento pelo fim da violência contra a mulher, em consonância com
as ações dos movimentos organizados de mulheres e de outros movimentos que
buscam equidade e direitos humanos.
Serviço
A Campanha do Laço
Branco é organizada por um comitê formado por organizações de todo o país: Instituto
PAPAI; Núcleo de Pesquisas Gema (Programa de Pós-graduação em Psicologia/UFPE);
Instituto Promundo (RJ), Instituto NOOS (RJ), Ecos e Coletivo Feminista (SP),
Núcleo Margens/UFSC e Themis (RS).
Contatos
Sirley Vieira (Instituto
PAPAI) – Fone: (81) 82551627 / (81) 8836.8043
Telma Low Túlio Lopes
(GEMA/UFPE) – Fone: (81) 8896-6229 / 9990-3013
Fernanda Ximenes
(Abrapso - PE) – Fone: (81) 9699 9662
Benedito Medrado (UFPE):
(81) 9922.9922
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